Ponto
de partida
Grupos
de jovens
O
número de paróquias com grupos de jovens ronda
as 35-40 (de um total de 89), sendo o número médio
de elementos de 20-25. Os grupos têm, com raras excepções,
uma grande amplitude etária, incluindo, por vezes
pré-adolescentes. O mais comum é existir apenas
um grupo em cada paróquia.
Existem
alguns grupos que, embora no âmbito paroquial, estão
ligados a movimentos como os JSF, a JARC, a ACR, a Juventude
Hospitaleira, os Grupos Bíblicos, a Legião
de Maria, a JUFRA/OFS, Jovens em Caminhada ou o Movimento
Shalom.
De
referir, também, a existência de vários
agrupamentos de escuteiros (C.N.E.), que representam uma
grande percentagem dos jovens integrados nos grupos (cerca
de 30%-40%).
À
volta das comunidades religiosas (nomeadamente Sto. António,
La Salle, Franciscanas Missionárias de Maria, Missionários
do Espírito Santo e S. João de Deus) existem
também grupos.
A
maior parte dos grupos realizam reuniões semanais
ou quinzenais e, normalmente, não existe um processo
de formação sistemática. Os temas mais
frequentes de reflexão são os relacionados
com os problemas sociais (em especial os dos jovens: droga,
sida...) e a posição da Igreja em relação
a eles. Para além disso, os grupos de jovens desempenham
um papel importante na animação litúrgica
das comunidades paroquiais. Em algumas delas, por vezes,
as relações entre os grupos e a paróquia
e/ou o pároco não são as melhores.
Nos
últimos anos a EAPJ tem apoiado a criação
de alguns grupos e apoiado a sua caminhada. Alguns dos grupos
existentes neste momento foram criados com a colaboração
da EAPJ. O acompanhamento feito pela EAPJ privilegia sobretudo
os primeiros passos do grupo, não descurando a restante
caminhada.
Animadores
O
animador dos grupos paroquiais é, normalmente, alguém
(um ou mais) escolhido entre os elementos do grupo com a
colaboração (mais ou menos esporádica)
do pároco.
A
formação dos animadores, em especial no que
se refere à pastoral juvenil, é relativamente
escassa, apesar dos cursos e das reuniões mensais
de animadores realizados nos últimos anos.
Uma
das principais dificuldades que surge, por vezes, na formação
e acompanhamento dos animadores resulta da falta de persistência
e fidelidade ao grupo de alguns animadores.
Partilha
O
contacto e o encontro entre os grupos e, entre estes e a
equipa, tem vindo a crescer. O trabalho por zonas tem contribuído
para esse crescimento, pois os grupos caminham com outros
que estão mais próximos. No entanto, existe
uma "tradição" que se manifesta
a nível arciprestal, na crescente participação
em eventos como o Encontro de Final de Ano e no Festival.
A
partilha entre os grupos aumentou significativamente nos
últimos anos em resultado de algumas acções
promovidas pela EAPJ: reuniões de animadores, folha
informativa, formação permanente, encontro
arciprestal de grupos, vigília de Pentecostes, passeio…
Coordenação
A
integração da pastoral arciprestal na diocesana
tem melhorado bastante.Tem havido também uma preocupação
por acompanhar as novidades a nível nacional.
A
Equipa é constituída por alguns jovens e pelo
sacerdote assistente, a maioria dos quais com experiência
de animação de grupos, e reúne-se semanalmente.
As
assembleias arciprestais têm pouca representatividade,
porque nelas não está representada a maioria
das paróquias. A maioria delas não tem eleito
o seu delegado.
A participação dos jovens nas acções
da pastoral juvenil é muito "variável".
Há
alguma dificuldade em conhecer a realidade concreta de cada
paróquia, dada a dimensão do arciprestado.
A
pastoral juvenil
A
pastoral juvenil que se realiza no arciprestado de Barcelos
procura enquadrar-se nas linhas orientadoras definidas pelo
futuro Projecto Nacional da Pastoral Juvenil e enriquece-se
com a experiência de diversos agentes da pastoral
juvenil: movimentos, outras equipas e secretariados…
Os
agentes da pastoral juvenil do arciprestado têm presente
o que se pretende com a pastoral juvenil. As acções
que se desenvolvem no âmbito da pastoral juvenil enquadram-se
numa definição de Pastoral Juvenil:
"Acção
da Igreja junto dos jovens para que descubram, sigam e anunciem
Jesus Cristo dentro de comunidades concretas, em ordem a
uma maturidade tal que os capacite para optar vocacionalmente
na Igreja, por um dos estilos de vida (laical, religioso,
sacerdotal) e a comprometer-se historicamente na libertação
integral das pessoas e das sociedades, chegando a uma vida
de comunhão e de participação".
Nesta
definição destacam-se algumas dimensões
da pastoral juvenil:
Eclesialidade:
A pastoral juvenil enquadra-se na pastoral global da Igreja.
Processo/Itinerário:
A pastoral juvenil coloca os jovens num itinerário
progressivo que se desenvolve em diferentes etapas e toma
em consideração a realidade concreta de
cada jovem.
Etapa
missionária: Etapa de convocatória e
proposta. Dirige-se sobretudo aos não-crentes ou
afastados da fé e da comunidade eclesial.
Etapa
catecumenal: Etapa de iniciação e formação.
Dirige-se aos jovens que deram a sua adesão inicial
ao Evangelho.
Etapa
pastoral: Etapa do compromisso e da missão.
Dirige-se aos jovens iniciados na fé.
Discernimento
vocacional: a pastoral juvenil e a pastoral vocacional
estão ligadas intimamente.
Compromisso
eclesial e social: o processo de evangelização
tem como objectivo levar o jovem a um compromisso de vida
(etapa pastoral) tanto na sua dimensão eclesial
como social.
Vida
de comunhão: a pastoral juvenil realiza uma
iniciação cristã que tem como lugar
origem e meta a Comunidade Cristã.
O
grupo cristão de jovens
A
generalidade das paróquias possui grupos de adolescentes
e jovens, de preferência, e onde possível,
por grupos etários de forma a melhor facilitar a
personalização e o amadurecimento na fé.
A
pastoral juvenil faz uma opção clara pelo
grupo como método de iniciação cristã.
O grupo é o mediador entre a religiosidade institucional
e a religiosidade pessoal.
O
grupo de jovens deve possibilitar um relação
"cara-a-cara", isto é, os seus membros
conhecem-se pessoalmente e têm uma relação
directa, afectiva e espontânea. É, portanto,
um grupo reduzido de pessoas que partilham objectivos e
normas comuns.
Os
grupos têm como centro Jesus Cristo e vivem 4 dimensões:
Amizade.
Relações que não se baseiam numa mera
simpatia, mas numa amizade conquistada pela aceitação
e respeito mútuos, pela confiança de uns para
com os outros, pela ajuda que procuram prestar, pelo esforço
de partilhar cada vez mais o que são e o que têm.
Reflexão.
Abrir-se à mensagem de Jesus Cristo e procura em
conjunto da resposta a dar a essa mensagem. Colocar-se numa
atitude de conversão, revendo a sua vida em comum.
Para assegurar uma caminhada nesta reflexão, convém
marcar um conjunto de temas. Cada tema desenvolve-se a partir
de um documento ou de uma lista pessoal que se comenta entre
todos e aí aparecem as interrogações
da vida. Por vezes, pode fazer-se a reflexão a partir
de uma passagem evangélica ou de um facto que aconteceu.
Oração/Celebração.
Orar para celebrar e tornar consciente a presença
de Jesus no Grupo para encontrar a vontade de Deus e pedir
força para cumprir. A oração pode ser
sugerida pelo tema que se reflectiu ou por algum acontecimento.
Antes de cada reunião pode rezar-se um pouco ou dedicar
um encontro cada mês para isso.
Compromisso.
Comprometer-se na acção e pouco a pouco esse
compromisso vai transformar-se num projecto de vida, segundo
valores que se vão assumindo.
O
animador
O(s)
animador(es) assume um papel fundamental na pastoral juvenil.
O animador é aquele que se sente chamado a assumir
na comunidade o serviço de orientar, coordenar e
ajudar a crescer no processo comunitário que os jovens
escolheram.
O
animador:
- Faz
uma opção pelos jovens, ama-os e confia
neles.
-
É educador dos jovens. Não é
um instrutor. Isto exige uma relação
interpessoal com os jovens.
-
É testemunho de fé para os jovens.
O animador procura viver as seguintes atitudes:
- Ser
crente adulto. Tem amadurecida a sua opção
por Jesus.
- Ser
pessoa de bem-aventuranças. O estilo de vida
que vive é o de Jesus.
- Viver
em atitude profética. Sente-se enviado por Deus
e age como tal, numa atitude de escuta e abertura à
Palavra de Deus.
- Estar
enraizado na comunidade com consciência de Igreja.
È enviado pela Comunidade e vive inserido nessa
Comunidade.
- A
formação do animador assume particular
importância. Ao animador deve ser oferecida uma
formação humana e espiritual. O próprio
animador deve procurar estar em formação
permanente, nomeadamente através da leitura formativa,
palestras, cursos…
O
pároco
É
o responsável pela comunidade cristã, onde
também procurará ser um servidor e amigo dos
jovens. A Igreja pede "que ele atenda cuidadosamente
aos adolescentes e jovens". Terá como preocupação
em relação à pastoral juvenil os seguintes
empenhos:
- Integrá-la
na pastoral orgânica e na tarefa evangelizadora
da comunidade;
- Favorecer
a realização da opção preferencial
da Igreja pelos jovens dentro da sua comunidade paroquial;
- Preocupar-se
com o acompanhamento e a animação dos
grupos e comunidades juvenis;
-
Acolher e apoiar as iniciativas dos jovens; facilitando
a sua realização;
-
O sacerdote tem um papel importante no trabalho de acompanhamento,
de ajuda para discernir a vontade de Deus, de guia na
vida espiritual e na celebração dos sacramentos.
É um trabalho que deve realizar com os jovens
e com os animadores dos grupos juvenis.