Os métodos de reflexão
Proposta I
Logicamente, a metodologia a seguir em cada tema deve estar em coerência com o conteúdo: da mesma forma que ele, pretende situar na realidade. É a metodologia que se costuma seguir numa leitura crente da realidade.
· Partimos da experiência pessoal, tomamos consciência dela, fundamentámo-la, analisamos a realidade; confrontamos a nossa experiência e ampliámo-la com a experiência universal. Perspectivamos as primeiras questões que nos suscita essa experiência.
É importante que nesta primeira parte se faça um sério aprofundamento, de modo que o resto não fique «no ar» sem que possa chegar à vida.
· Ponto de partida: A Experiência
· Relacionamos a leitura que fizemos da nossa realidade com as experiências bíblicas fundamentais - individuais e sociais -, e deixamo-nos interpelar por elas para nos compreendermos melhor a nós mesmos. É importante este passo para encontrar o significado das próprias experiências pessoais como actuação de Deus na vida (=História de Salvação). E depois deste passo intermédio, socorremo-nos da iluminação que nos oferece a actuação e a mensagem de Jesus. A partir daqui surgirão uma série de questões e critérios que podem projectar-se sobre a nossa realidade concreta.
· Lugar de referência: A Palavra de Deus
· Estabelecemos um plano de acção sobre a realidade: conclusões e descoberta de necessidades que se concretizam em objectivos e prioridades, que, por sua vez, permitem planificar as acções que se levarão a cabo para modificar a realidade.
· Meta 1: O compromisso
· Celebração da experiência de fé que se teve, e iniciação à oração. Para chegar a sentir a fé como algo pessoal, como algo que aceita livremente e que assume desde o fundo da sua pessoa, este momento é imprescindível. A partir daqui o adolescente ou o jovem compreenderá que a fé se expressa e se experimenta na oração, e que não é possível uma vida de fé sem uma vida de oração.
Através da oração, Deus, que se manifesta na história, convida o jovem a comprometer-se nela. Há-de compreender até que ponto o mundo depende dele e os outros contam com ele. A oração deve conduzi-lo a uma revisão da sua vida em função da missão que Deus lhe atribuiu no mundo.
· Meta 2: A oração e celebração
· Meta final: A confissão da fé
Proposta II
Não se trata de um método diferente do anterior, mas do mesmo método apresentado de outra forma. É o método do revisão de vida desenvolvido pela Acção Católica.
·
VER
ATENÇÃO À VIDA
Ver as situações e acontecimentos
a) VER quem está ligado ao facto:
· Que pessoas? Que grupos?
· Que comunidades? Que organizações?
b) VER as reacções do meio: Como reagem estas pessoas, estes grupos, etc.
c) PROCURAR as causas:
· Porquê desta situação?
· Porquê as pessoas agem e reagem ou se comportam assim?
· Porque é que estes grupos, estas comunidades, estas organizações, agem, reagem ou se comportam assim?
d) PROCURAR as consequências:
· Sobre as pessoas
· Sobre os grupos, comunidades, organizações.
·
JULGAR
RELAÇÃO ENTRE
A FÉ E A VIDA
a) PROCURAR os valores vividos
· Notando como e por quem são vividos - pessoas ou grupos.
b) PROCURAR os valores desprezados
c) Depois tentar fazer a LIGAÇÃO COM A FÉ
· Para isso faz-se um momento de silêncio
· Descobrir Cristo, sabendo compreendê-lo e contemplá-Lo. Procurar exprimir isso no grupo.
· Leitura de um texto do Evangelho, Concílio, Encíclicas, etc…
·
AGIR
ACÇÃO
MILITANTE = ESTRATÉGIA OU SOLIDARIEDADE COM TODOS OS HOMENS
a) Esta Revisão de Vida faz-nos APELOS:
· Quais?
b) O que é que eu DECIDO?
· Para mim: Conversão; Atitude a mudar no meu comportamento; Empenhamento a tomar.
· Qual vai ser a minha acção junto dos outros? Responsabilizar-me por tal pessoa ou tal meio.
· Que podemos fazer como grupo? Atitudes, Empenhamento.
c) Na ORAÇÃO a concluir a reunião:
· Agradecer a acção de Jesus Cristo que se descobriu.
· Pedir perdão para algum erro que se tenha verificado.
· Pedir ao Espírito Santo para sermos fiéis às nossas decisões.
Poderíamos, dentro deste método, autonomizar outros dois momentos:
· AVALIAR
· CELEBRAR
Um exemplo
Ponto de partida: a Experiência (partindo da realidade...)
É inútil dar uma resposta quando não há uma pergunta. A Mensagem Cristã (o Evangelho) é, antes de mais, uma resposta às questões do homem, que precisa de se sentir salvo. Mas, se em vez de questões há indiferença a Mensagem "resvala" para o intelectualismo.
Três grandes dimensões da experiência:
· a do homem que busca o sentido para a sua vida
· a dos grandes testemunhos bíblicos
· a da vivência cristã ao longo da história
Tomar conhecimento da experiência humana que está por detrás do tema que estamos a tratar. Se queremos falar sobre os valores cristãos, por exemplo a liberdade, podemos fazer um levantamento das escravidões a que cada um está sujeito, as escravidões da nossa sociedade (consumismo, ambição...)
Lugar de referência: a Palavra de Deus (iluminação, aprofundamento...)
Somos chamados a realizar um caminho de conversão, a entrar no Reino de Deus e a participar nas comunidades de seguidores de Jesus. A Palavra é a iluminação da experiência humana, em ordem a uma mudança...
No mesmo tema podemos falar apresentar a experiência de escravidão de Israel no Egipto, o conceito de liberdade para Jesus...
Meta: a Confissão da Fé (compromisso e celebração...)
Não haverá verdadeira catequese se não houver consequências para a vida. O grupo e cada um tem que retirar as devidas "conclusões" da reflexão feita em grupo: compromisso de mudança...
Cada um pode comprometer-se a libertar-se de alguma coisa que o escraviza (televisão, tabaco, ideias... O grupo podia fazer um "Manifesto da Escravidão": denúncia profética das escravidões da nossa sociedade.
A Fé também tem que ser celebrada. Razões para a celebração: descobertas, compromisso de mudança...
Podemos concluir o tema com uma Oração mais prolongada onde se pode ler o Manifesto.... Ou então podemos fazer uma celebração penitencial, Eucaristia...
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Juvenil de Barcelos
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