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Temos
por norma pensar que a nossa parte de responsabilidade
ecológica termina quando separamos o lixo nas
quatro variantes possíveis: Papel, Plásticos,
Vidro e Lixo Orgânico.
No entanto existe outro tipo de lixo ao qual normalmente
não
damos muita atenção: o que não é possível
reciclar, ou reutilizar. A única forma de o evitar é reduzindo
a sua utilização.
Deixar a água a correr enquanto lavámos os dentes;
tomar banhos com água muito quente e prolongados; lavar o
carro todos os fins-de-semana; exagerar no consumo de energia eléctrica
(televisão e rádio ligados quando aspiramos a casa,
ou quando estamos ao telefone); consumir habitualmente fruta tropical
ou fora de época; deslocarmo-nos pequenas distâncias
de carro; consumir habitualmente produtos de países longínquos...
Muitos mais exemplos se poderiam dar de formas de poluição
que não julgamos fazer. A nossa água que sai pelo esgoto
vai ter a rios que correm para o mar. Aí fica salgada e o
seu novo reaproveitamento será muito demorado. Ao desperdiçarmos água
estamos a impedir que outros a possam usufruir, e a exigir que mais
recursos energéticos sejam usados no seu tratamento e/ou reaproveitamento.
Estes gastos energéticos excessivos obrigam a criar estruturas
cada vez maiores de obtenção de energia, que poluem
paisagens com betão e reduzem os caudais dos rios retirando
habitat a muitas espécies de animais. Quando não controlo
os meus gastos de energia este é o fim último: mais
poluição. Ao consumir fruta de países longínquos,
assim como outro tipo de produtos, estou a fomentar o transporte
intercontinental cada vez mais poluente e consumidor de muitos recursos
(normalmente este tipo de transporte é feito de avião – extremamente
poluente).
Claro que separar lixos e apostar na reciclagem dos mesmos é bom,
mas a sua redução não pode nunca ser esquecida.
A reciclagem não é 100% inócua para o ambiente,
também gasta recursos energéticos e água. A única
forma de não poluir é não criar os resíduos à partida.
Enquanto consumidores temos um papel importante na redução
dos “lixos”:
• Serão mesmo necessárias as embalagens de papel que protegem
as pastas dentífricas?
• Será mesmo necessário utilizar uma saca plástica
quando compramos objectos que nos cabem nos bolsos ou na carteira?
• Será mesmo necessário passar a nossa roupa a ferro?
• Serão mesmo necessárias todas as embalagens que nos rodeiam
e entopem?
• Será que as folhas de papel não podem ser reaproveitadas?
• Será que os presentes não podem ser embrulhados em papel
de jornal?
Enquanto consumidores temos que começar a optar por produtos
ambientalmente menos esbanjadores, mesmo que por vezes sejam um pouco
mais caros, principalmente se pudermos pagar a diferença.
Se podemos optar, vamos faze-lo.
É um mundo melhor que podemos deixar aos nossos filhos. RT
???
João
Linhares
(jlinhares@fisica.uminho.pt)